O mês de junho é marcado por fogueiras, danças, comidas típicas e muitas bandeirinhas em todo o país, apesar das peculiaridades e características próprias de cada região brasileira. A tradição de festejar o dia de São João veio de Portugal. As comemorações se iniciam no dia 12/06, véspera do Dia de Santo Antônio e terminam no dia 29, dia de São Pedro. O auge da festa acontece entre os dias 23 e 24, o Dia de São João propriamente dito. Hoje as festas juninas possuem cor e local. De acordo com a região do país, variam os tipos de dança, indumentária e comida. Todas tem como base a fogueira, o foguetório, o milho, as brincadeiras e as bebidas. Quem ainda não se contagiou pelo clima festivo de São João? Noiva, comitiva de convidados, balões, canjica, fogos de artifício, quentão, pé-de-moleque, fogueira e a festa dita... Caipira. O arraial é o grande palco. Muitas bandeirinhas amarradas no barbante decoram o alto da festa. No centro, um espaço para todos dançarem forró e outros ritmos caipiras como a Quadrilha. Em volta da "pista de dança" ficam as barraquinhas com muitas comidas e brincadeiras. Quando a noite vêm a grande fogueira é acesa. E em algum lugar do "arraiá" fica o grande Pau de Sebo, onde nunca ninguém chegou até o alto. E não se pode esquecer, dos fogos e dos balões que são lançados durante todo o evento. Nas danças típicas das festividades juninas temos vários tipos, o que se demonstra abaixo. QUADRILHA Também chamada de quadrilha caipira ou de quadrilha matuta, é muito comum nas festas juninas. Consta de diversas evoluções em pares e é aberta pelo noivo e pela noiva, pois a quadrilha representa o grande baile do casamento que hipoteticamente se realizou. Esse tipo de dança (quadrille) surgiu em Paris no século XVIII, tendo como origem a contredanse française, que por sua vez é uma adaptação da country danse inglesa, segundo os estudos de Maria Amália Giffoni. A quadrilha foi introduzida no Brasil durante a Regência e fez bastante sucesso nos salões brasileiros do século XIX, principalmente no Rio de Janeiro, sede da Corte. Depois desceu as escadarias do palácio e caiu no gosto do povo, que modificou suas evoluções básicas e introduziu outras, alterando inclusive a música. A sanfona, o triângulo e a zabumba são os instrumentos musicais que em geral acompanham a quadrilha. Também são comuns a viola e o violão. O marcador, ou "marcante", da quadrilha desempenha papel fundamental, pois é ele que dá a voz de comando em francês não muito correto misturado com o português e dirige as evoluções da dança. Hoje, dança-se a quadrilha apenas nas festas juninas e em comemorações festivas no meio rural. A quadrilha é mais comum no Brasil sertanejo e caipira, mas também é dançada em outras regiões de maneira muito própria, caso de Belém do Pará, onde há mistura com outras danças regionais. Ali, há o comando do marcador e durante a evolução da quadrilha dança-se o carimbó, o xote, o siriá e o lundum, sempre com os trajes típicos. A quadrilha é mais comum no Brasil sertanejo e caipira, mas também é dançada em outras regiões de maneira muito própria, caso de Belém do Pará, onde há mistura com outras danças regionais. Ali, há o comando do marcador e durante a evolução da quadrilha dança-se o carimbó, o xote, o siriá e o lundum, sempre com os trajes típicos. Trajes usados na dança No fim do século XIX as damas que dançavam a quadrilha usavam vestidos até os pés, sem muita roda, no estilo blusão, com gola alta, cintura marcada, mangas "presunto" (como são?) e botinas de salto abotoadas do lado. Os cavalheiros vestiam paletó até o joelho, com três botões, colete, calças estreitas, camisa de colarinho duro, gravata de laço e botinas. Hoje em dia, na tradição rural brasileira, o vestuário típico das festas juninas não difere do de outras festas: homens e mulheres usam suas melhores roupas. Nos centros urbanos, há uma interpretação do vestuário caipira ou sertanejo baseada no hábito de confeccionar roupas femininas com tecido de chita florido e as masculinas com tecidos de algodão listrados e escuros. Assim, as roupas usadas para dançar a quadrilha variam conforme as características culturais de cada região do país. Os trajes mais comuns são: para os cavalheiros, camisa de estampa xadrez, com imitação de remendos na calça e na camisa, chapéu de palha, talvez um lenço no pescoço e botas de cano; as damas geralmente usam vestidos com estampas florais, de cores fortes, com babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha. Marcação de Quadrilha Colocamos abaixo uma das marcações usadas para a evolução da quadrilha caipira CAMINHO DA FESTA: os pares seguem atrás dos noivos, iniciando a dança e parando em determinado momento no centro terreiro. ANARRIÊ (do francês en arrière, para trás): as damas e os cavalheiros se separam (4 metros, aproximadamente), formando duas colunas. OS CAVALHEIROS CUMPRIMENTAM AS DAMAS: eles se aproximam das damas, cumprimentando-as. Flexionam o tronco, mantendo a cabeça erguida, e voltam a seus lugares, caminhando de costas. AS DAMAS CUMPRIMENTAM OS CAVALHEIROS: repetem a evolução dos cavalheiros. SAUDAÇÃO GERAL: tanto as damas como os cavalheiros andam para a frente e, quando se encontram, cumprimentam-se. "BALANCÊ" E "TUR" (balanceio e giro): damas e cavalheiros fazem o passo no lugar, balançando os braços naturalmente, e giram dançando juntos. GRANDE PASSEIO: as damas colocam-se à direita dos cavalheiros e os dois dão-se os braços. Do lado de fora o outro braço continua balanceando ao longo do corpo. Formam um círculo e seguem dançando. Quando o marcador anuncia nova evolução, a progressão cessa e os participantes fazem o que foi ordenado. "CHANGÊ" DE DAMAS (trocar de damas): no grande passeio, os cavalheiros avançam e colocam-se ao lado da dama imediatamente à frente. Se for dito "mais uma vez", repetem o movimento. Os comandos "passar duas" e "passar quatro" também são executados pelo cavalheiro. OLHA O TÚNEL: os noivos, que estão na frente, param e elevam os braços internos para cima e, de mãos dadas, fazem o túnel. O segundo par flexiona o tronco, passa pelo túnel, coloca-se à frente dos noivos e eleva os braços, e assim sucessivamente, até que todos passem. Executa-se o passo no lugar durante essa evolução. SEGUE O PASSEIO: é a voz de comando para que o grande passeio continue. CAMINHO DA ROÇA: as fileiras de damas e cavalheiros fundem-se, formando uma só coluna. O primeiro segura, com as mãos à altura dos ombros, as mãos de quem está atrás. Os demais colocam as mãos nos ombros de quem está à sua frente. A coluna progride, fazendo curvas para um lado e para outro, como se fosse uma serpente. O marcador da quadrilha continua dando voz de comando. OLHA A CHUVA!: todos dão meia-volta. JÁ PASSOU!: todos dão meia volta novamente dizendo "ehh!". OLHA A COBRA!: as damas gritam e pulam, os cavalheiros procuram segurá-las em seus braços. É MENTIRA!: os "caipiras" ou " matutos" continuam o passo e gritam "uhh!". A PONTE QUEBROU!: todos dão meia-volta novamente. JÁ CONSERTOU!: voltam a dançar no outro sentido. OLHA O CARACOL!: em coluna e com as mãos ainda sobre os ombros de quem está à frente, todos obedecem às ordens do marcador, que começará a descrever um percurso cheio de curvas que fazem lembrar o casco de um caracol. Quando o marcador disser " desvirar", o guia deverá fazer as curvas em sentido contrário, voltando a dançar em linha reta. FORMAR A GRANDE RODA: os participantes da quadrilha dão as mãos formando uma grande roda e, ao ouvir a voz de comando "à direita", "à esquerda", deverão se deslocar no sentido determinado pelo marcador. DAMAS AO CENTRO: as damas formam uma roda no centro e deslocam-se no sentido indicado pelo marcador. COROA DE ROSAS: os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços na vertical sobre a cabeça das damas, como se as coroassem, depois abaixam os braços passando-os pela frente, até a altura da cintura??, contornando-as. Fazem o passo no lugar durante a coroação. Depois podem deslocar-se "à direita" e "à esquerda". COROA DE ESPINHOS: nesse momento, são as damas quem elevam os braços sobre a cabeça dos cavalheiros, coroando-os. OLHA O GRANDE PASSEIO!: repetem a formação descrita anteriormente. VAI COMEÇAR O GRANDE BAILE. OLHA A VALSA DOS NOIVOS!: os noivos entram no centro da roda e dançam juntos. OLHA OS PADRINHOS!: os padrinhos dançam no centro da roda. BAILE GERAL!: todos os pares dançam no centro da roda. O GRANDE BAILE ESTÁ ACABANDO. VAMOS NOS DESPEDIR DO PESSOAL!: todos executam a evolução do grande baile e se retiram do centro do terreiro, despedindo-se das pessoas que estão assistindo. FANDANGO Dançado em várias regiões do país em festividades católicas como o Natal e as festas juninas, o fandango tem sentidos diferentes de acordo com a localidade. No Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e até em São Paulo) o fandango é um baile com várias danças regionais: anu, candeeiro, caranguejo, chimarrita, chula, marrafa, pericó, quero-quero, cana-verde, marinheiro, polca etc. A coreografia não é improvisada e segue a tradição. O fandango se divide em três grupos nessa região: 1. Batidos: caracterizam-se pelo forte sapateado, barulhento, que quase abafa o conjunto de tocadores. Apenas os homens sapateiam. 2. Valsados: dança lenta com pares fixos, do começo ao fim. 3. Mistos: as valsas são intercaladas de batidos. Em São Paulo, o fandango é uma dança que se aproxima do cateretê e às vezes é sinônimo de chula (bailado masculino muito comum no Rio Grande do Sul, de coreografia agitada e bastante complexa). No Norte do Brasil, o fandango não é baile nem dança de par ou individual. É sempre um auto popular, seqüência de temas com certa articulação, que tem origem na convergência das cantigas portuguesas, como aponta Cascudo (1988, pp. 320 e 321), e está presente no nosso país desde a primeira década do século XIX. Já no Nordeste brasileiro, o fandango é o auto característico dos marujos, sendo conhecido também como chegança dos marujos ou marujada. A cana-verde, dançada principalmente no Sul e no Centro do Brasil, apesar de fazer parte do fandango, também é bem popular em outras festividades. Nas festas juninas, as quadras dessa dança são geralmente improvisadas, podendo encarregar-se dessa tarefa tanto os violeiros como os próprios dançadores. Eu plantei caninha-verde sete palmos de fundura. Quando foi de madrugada a cana 'stava madura. Uai, uai, sete palmos de fundura. Quando foi de madrugada a cana 'stava madura. Pra cantar caninha-verde não precisa imaginá. De qualquer folha de mato tiro um verso pra cantá. Eu tenho um chapéu de palha, de pano não posso ter. De palha eu mesmo faço, de pano não sei fazer. Eu tenho um chapéu de palha que custou mil e quinhentos. Quando eu ponho na cabeça não me falta casamento. Formação: forma-se uma roda em fila, no sentido dos ponteiros do relógio. A cana-verde pode ser dançada só por homens e também por pares. Movimentação: os participantes deslocam-se, saindo com o pé esquerdo (eu); no quarto passo, batem o pé direito (verde) com uma palma para o centro da roda. Quando cantam "madrugada", a palma deverá estar do lado de fora, sempre junto com o pé direito. No refrão (uai, uai) a roda faz meia-volta, girando no sentido contrário, e segue sempre a mesma movimentação, ou seja, uma palma para dentro e outra para fora, sempre batendo com o pé direito. No Maranhão, essa dança é executada de forma bastante semelhante à da quadrilha. BUMBA-MEU-BOI Dança dramática presente em várias festividades, como o Natal e as festas juninas, o bumba-meu-boi tem características diferentes e recebe inclusive denominações distintas de acordo com a localidade em que é apresentado: no Piauí e no Maranhão, chama-se bumba-meu-boi; na Amazônia, boi-bumbá; em Santa Catarina, boi-de-mamão; no Recife, é o boi-calemba e no Estado do Rio de Janeiro, folguedo-do-boi. O enredo da dança é o seguinte: uma mulher chamada Mãe Catirina, que está grávida, sente vontade de comer língua de boi. O marido, Pai Francisco, resolve atender ao desejo da mulher e mata o primeiro boi que encontra. Logo depois, o dono do boi, que era o patrão de Pai Francisco, aparece e fica muito zangado ao ver o animal morto. Para consertar a situação, surge um curandeiro, que consegue ressuscitar o boi. Nesse momento, todos se alegram e começam a brincar. Os participantes do bumba-meu-boi dançam e tocam instrumentos enquanto as pessoas que assistem se divertem quando o boi ameaça correr atrás de alguém. O boi do espetáculo é feito de papelão ou madeira e recoberto por um pano colorido. Dentro da carcaça, alguém faz os movimentos do boi. LUNDU (lundum/londu/landu) De origem africana, o lundu foi trazido para o Brasil pelos escravos vindos principalmente de Angola. Nessa dança, homens e mulheres, apesar de formar pares, dançam soltos. A mulher dança no lugar e tenta seduzir com seus encantos o parceiro. A princípio ela demonstra certa indiferença, mas, no desenrolar da dança, passa a mostrar interesse pelo rapaz, que a seduz e a envolve. Nesse momento, os movimentos são mais rápidos e revelam a paixão que passa a existir entre os dançarinos. Logo o cavalheiro passa a provocar outra dama e o lundu recomeça com a mesma vivacidade. O lundu é executado com o estalar dos dedos dos dançarinos, castanholas e sapateado, além do canto acompanhado por guitarras e violões. Em geral a música é executada como compasso binário, com certo predomínio de sons rebatidos. Essa dança é típica das festas juninas nos estados do Norte (como parte da quadrilha tradicional e independente desta), Nordeste e Sudeste do Brasil. CATERETÊ (Catira) Dança rural do Sul do país, o cateretê foi introduzido pelos jesuítas nas comemorações em homenagem a Santa Cruz, São Gonçalo, Espírito Santo, São João e Nossa Senhora da Conceição. É uma dança bastante difundida nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e também está presente nas festas católicas do Pará, Mato-Grosso e Amazonas. Nas zonas litorâneas, geralmente é dançado com tamancos de madeira dura. No interior desses estados, os dançarinos dançam descalços ou usam esporas nos sapatos. Em algumas cidades o cateretê é conhecido como catira. Em geral, o cateretê é dançado apenas por homens, porém em alguns estados, como Minas Gerais, as mulheres também participam da dança. Os dançarinos formam duas fileiras, com acompanhamento de viola, cantos, sapateado e palmas. Os saltos e a formação em círculo aparecem rapidamente. Os dançarinos não cantam, apenas batem os pés e as mãos e acompanham a evolução. As melodias são cantadas por dois violeiros, o mestre, que canta a primeira voz, e o contramestre, que faz a segunda.
Todas as pesquisas sobre o assunto foram retiradas da Internet nos links abaixo: http://jangadabrasil.com.br/ http://www.festajunina.com.br/ http://www.mundocaipira.com.br/ http://www.terra.com.br/criancas/festajunina/ http://www.setur.rn.gov.br/festas_juninas.html http://www.pratofeito.com.br/pages.php?recid=1913 http://www.escolavesper.com.br/festas_juninas.HTM http://www.profetaol.hpg.ig.com.br/festas_juninas.htm http://pd-crianca.com.br/pd_2003/datas/festa_junina.htm http://www.feranet21.com.br/curiosidades/festas_juninas.htm http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diajunino.html http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/passeios/junina.htm
PROF. MAYKEL ARAÚJO EDUCAÇÃO FÍSICA
|